Thursday, February 07, 2008

Desejos Translúcidos

Diante da armação dos meus óculos escuros
Paisagens de valores verdadeiros
Assombram a minha realidade

Como é bom conhecer pessoas e ver quanta gente pensa diferente
Quanta gente ainda quer amar, e não consegue...
Quantos mistérios se escondem num olhar,
Quanta coisa não dita...
Mas pra que dizer?
Se nossa boca exala o que queremos que pensem
Não o que realmente deve ser dito,
A verdade

Enquanto mergulho em um caleidoscópio
De desejos translúcidos
Vislumbro um céu decorado
Com azulejos pintados de anil
Onde em suas paredes o caos persegue
Os passos gélidos do inverno oriental

As ordens divinas cessaram
E as mulheres vomitam suas entranhas
Sob a luz do néon escarlate da prostituição
Não fazem o que querem
Fazem o que querem que faça
Agradam a todos, menos a si próprio

Eu tento fugir da sanidade
E parece que quem tenta ficar são, acaba ficando louco
Abortaram suas almas!
Não se deixaram sentir, viver os verdadeiros prazeres

Vasos sanitários engolem os filhos não nascidos da Era de Aquário
Nos templos sagrados quimeras hedonistas
Mastigam a dignidade e aniquilam o amor

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