Monday, August 28, 2006

Saudade - Por Fernando Pessoa

Não costumo postar poemas de autores já conceituados, só os meus textinhos vagabundos mesmo, só que esse...esse realmente diz tudo sobre o medo que sentimos da perca da presença dos nossos amigos, do medo q eles comecem a namorar, do medo deles irem morar fora, do medo de mudarem de estilo, eu já passei por isso algumas vezes na minha vida, e de certo modo acabei aprendendo a lidar, mas acho que a lembrança é dos bons momentos é algo que o tempo nunca vai levar:


"Um dia a maioria de nós irá se separar.

Sentiremos saudade de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.

Saudade até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos aos encontrar quem sabe... nos e-mails trocados.

Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens...

Aí­ os dias vão passar, meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raros.

Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos ou sobrinhos verão aquelas fotografias e perguntarão: quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto!

Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida.

A saudade vai apertar bem dentro do peito.

Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo.
E entre lágrima nos abraçaremos.

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo..

Monday, August 21, 2006

Amora Silvestre

Alma pura, bela e cristalina,
maldita lava incandescente;
és ofuscante
e radioso.
Porém,
róis-me,
no todo,
profundamente.
és amora silvestre.

Rosto Diabólico
inteligente,
irritadiço.
Desprezas, feres,
da prazer e alegria

odeias ou amas?
O que emanas
nesse teu vaguear constante
és a perversão pura
ondolante,
sem dó.
És,
certamente,
o meu fruto proibido,
o fruto vedado a uma mulher só!

Wednesday, August 16, 2006

Escada sem corrimão

* Este poema é muito especial pois foi baseado num lindo sonho que tive.


Escada sem corrimão

No meu sonho eu via uma escada...
Era difícil de subir
Via seu corpo deitado
De longe vi seu perfil...
Vi também uma mão imensa sobre ti

A escada era em caracol
e que não tinha nem corrimão.
Vai a caminho do Sol
mas nunca passa do chão.

Os degraus, quanto mais altos,
mais evoluidos são
Você se foi lá p' alto
e nem se quer olhou p' chão

Quem tem medo não a sobe.
Quem tem sonhos subiram
A mão que lá estava, era a mão do guardião

Olhando para ti e observando a sua feição
Logo como num passe de mágica
transformou-se numa linda criação
Virou-se e para o meu espanto
uma linda criança apareceu
Era a próxima vida que viria
pois,
Sobe-se numa corrida.
Correm-se p ’rigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
a escada sem corrimão.

Thursday, August 10, 2006

Vou-me Abstrair

Vou-me abstrair que o mal compensa



Vou-me abstrair que há corrupção



Vou-me abstrair que tenho razão



E de tudo o que minha alma pensa







Vou-me abstrair que somos tristes



Vou-me abstrair que somos vencidos



Vou-me abstrair que somos traídos



E pensar só em mim







Egoísta? talvez sim, mas



Vou-me abstrair e me deleitar



Vou procurar o que está difícil de encontrar



Com a tua voz quente a me chamar



E responder ao chamamento







E abstraída vou-te então beijar



E penso que o mundo nesse momento



pode assim valer a pena

Tuesday, August 08, 2006

O ultimo Adeus...

Naquela madrugada em que tu partiu e e eu fiquei

sentimos, fundo, a mágoa da saudade.


Por ver-te ali, as lágrimas sangraram de verdade

sofri na alma um amargor quando choraste pela ultima vez.





Ao despedir-me eu trouxe a dor que tu levaste!

Nem só o teu amor me traz a felicidade.

Quando partiu foi por amar a Humanidade

Sim! foi por isso que tu partiu e eu fiquei!





Mas se pensares que eu não parti e a mim te deste

será a dor e a tristeza de perder-te

unicamente um pesadelo que tive.




Mas se jamais do teu amor posso esquecer-me

e se foi Deus aquele a quem mais precisou naquele momento

que eu conserve em mim a esperança de rever-te!

Friday, August 04, 2006

O Sarcasmo do Povo

Já que aqui vieste, senta-te e escuta

E deixa de mirar somente o teu umbigo

Olha em volta e escuta o que te digo

E deixa de lado essa força bruta


Já te deste conta que não és nada

e o que chamas verdade absoluta?

Por isso senta-te aí e agora escuta


Que vou-te falar um pouco de Amor


Amor por este povo e esta gente


Enganada por tão falsos profetas


Que só têm suas ganâncias como metas


Povo que nunca tarda e felizmente

Sofre todo dia e ri da própria desgraça


Castiga com sarcasmo quem lhes mente

Mas continua os colocando sempre no mesmo lugar

No poder inútil que só nos faz sofrer...

ó meu Deus será que um dia isso irá acabar?

Thursday, August 03, 2006

Não São Dias Felizes

Vida de contrastes, cruel e irreversível



Nesta natureza implacável e triste



Estaria feliz pois a chuva até nos assiste



Mas estou de tanta revolta na dor terrível



Deixa os enfermos a sofrer



ou leva os queridos para o Céu meu Deus



Que teimosamente em Ti quero acreditar



E se os Teus mistérios não consigo decifrar







Não me relegues para pensamentos ateus



E dá conforto e ânimo aos colegas meus



Que nesta hora triste estão a chorar.



Conforto é o que tenho que proporcionar...

Wednesday, August 02, 2006

As Amandas estão tristes....

amandas tristes caminham pelo campo
o campo está frio agora
mas o sol está nascendo
os passarinhos cantam e dançam sobre o orvalho
e as amandas sentem esperança

Mandy Tchaikowsky

Tuesday, August 01, 2006

Vida oh Vida!!!

Que loucura é a vida!
Turbilhão de sensações,
de existências
que se estiolam
lentas,
em inerte engano.
Vidas tão cinzentas!
Os sonhos desfeitos dia a dia,
a renascer, límpidos
na mesma utopia.
Que loucura é a vida!

Onde estamos nós?
Somos ou não somos?

Alacres gnomos,
nesta imensidão,
cada vez mais sós.
Nos abstraímos.
Vivemos?
Não. Só existimos!